Vivo rodeada de amigas heterossexuais, monotemáticas – só falam de homens – e que talvez deixassem de falar comigo se soubessem que tenho desejo por mulheres. Então, como faço para conhecer lésbicas e bissexuais?
Esse é um perfil de mulher muito comum no BlogSouBi. Se eu pudesse fazer um ranking de perguntas mais feitas no blog, certamente “como conhecer mulheres?” figuraria no Top3.
A dificuldade é ainda maior por alguns motivos básicos. Elas não sabem ainda abordar outras mulheres, são tímidas e não simpatizam muito com baladas, bares e agitação. E como iriam a esses lugares? Sozinhas? Não, prefiro ficar “na vontade”, é o que muitas pensam.
A internet acaba sendo um meio interessante para vencer todas essas travas. Mas não menos difícil. Encontrar uma mulher para uma conversa agradável (de pelo menos uma hora) é uma verdadeira maratona. Se você tiver muita paciência, encontra. No entanto, corre o risco de ela ser casada, ter namorado, estar indecisa ou morar muito longe. Isso não impede, claro, de ela tomar decisões em relação a atual situação e tentar um novo relacionamento.
Há vários canais para tentar a sorte, cito alguns deles:
- Bate-papo do UOL salas de namoro para lésbicas ou bissexuais)
- Bate-papo do Terra (sala Elas e Elas)
- Brenda (aplicativo de encontros para lésbicas)
- Tinder (coloque nas preferências que quer conhecer mulheres. Foi uma dica, alguém já usou?)
- Chat do BlogSoubi (está ao lado direito deste post 🙂 )
Não fiz ainda uma pesquisa sobre o assunto, mas o BlogSouBi felizmente já uniu alguns casais. Uma leitora enviou um e-mail gentil contando como foi a sua maratona no chat. “Estava lendo as matérias quando uma garota me abordou. Perguntou se eu era tal pessoa, respondi que não. Mesmo com minha negativa, engatamos um bom papo. Trocamos telefone, e-mail, Skype e Facebook”.
Diana* mora no interior de São Paulo e Bia* em Florianópolis. Marcaram um encontro depois de algumas trocas virtuais. “Foi amor à primeira vista”, conta Diana. Estão pensando em morar juntas. “Tenho 45 anos e ela 42. Sabemos o que queremos da vida”.
Uma leitora mais nova poderia dizer: é claro que elas sabem o que querem da vida, já têm mais de 40 anos. Grande engano. Se você ler o post “Lésbicas e bissexuais de mais de 40 anos” e os mais de 200 comentários, vai perceber que a idade não é o que deixa uma mulher “mais decidida”. É a maneira de pensar e agir. Para chegar a esse nível de consciência não é fácil. Você precisa lidar com o preconceito da família, dos amigos, do ex, da vizinha e por aí vai.
É uma mudança de mentalidade muitas vezes gigantesca. Muitas nasceram em famílias religiosas, outras cresceram ouvindo os pais idealizando um bom marido e netos lindos. “Não quero ser uma decepção para os meus pais”, é o que costumo ler de muitas leitoras.
Sinto em dizer que se você está em um caminho apenas para agradar os outros será uma decepção para si mesma. Pode não parecer no começo, mas ao longo do tempo você se dará conta disso.
Não é o caso de Diana e Bia. Elas já se dispuseram a conhecer alguém, se apaixonaram e agora só falta morarem juntas. O próximo passo é encurtar a distância entre SP e Florianópolis para apenas alguns centímetros – a cama que irão dividir na nova casa. “Medos sempre existem, mas o que sentimos é mais forte e se não apostarmos agora nesta relação, nunca iremos saber”, contou Diana.
Vale o incentivo?
*Os nomes são fictícios para preservar a identidade das leitoras
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