No dia 18 de novembro, vítimas de violência, preconceito e discriminação da comunidade LGBTI poderão ser atendidas por uma Unidade Móvel “Casarão Brasil”, localizada no Instituto de Artes da UNESP. O atendimento será realizado das 12h às 16h e é promovido pelo Centro de Cidadania Claudia Wonder, vinculado à Coordenação de Políticas para a comunidade LGBTI e a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo.
O Centro de Cidadania desenvolve ações permanentes de respeito à diversidade sexual e no combate à homofobia e transfobia, dando atendimento a vítimas de violência, preconceito e discriminação além de orientações gerais, com apoio jurídico, psicológico e de serviço social, seja no endereço fixo (localizada na Av. Ricardo Medina Filho, nº 603 – Vila Ipojuca, São Paulo – SP), seja na promoção da cidadania em sua “Unidade Móvel” (van — veículo automotor) que permanece estacionado em pontos estratégicos da cidade permitindo, dessa forma, maior acessibilidade às políticas públicas voltadas para a população LGBTI.
A Unidade Móvel dispõe de WI-FI, mesa e cadeira para atendimento e conta com 4 funcionários (motorista, segurança e duas articuladoras sociais). “Temos como finalidade apresentar informações voltadas à população LGBTI, encaminhamento e/ou agendamento dos interessados para atendimento com a equipe técnica do centro de cidadania, distribuição de preservativos e panfletos explicativos sobre IST”, explica Rogério de Oliveira, coordenador do Centro de Cidadania LGBTI Cláudia Wonder e presidente da OSC Casarão Brasil.
Programação
Dias: 18 de novembro de 2022
Horário: das 12h às 16h.
Local da Unidade Móvel: entrada de pedestres do Instituto de Artes da Unesp (R. Dr. Bento Teobaldo Ferraz, 271 – Barra Funda, São Paulo – SP, 01140-070)
Atendimento em endereço fixo: Av. Ricardo Medina Filho, nº 603 – Vila Ipojuca, São Paulo – SP
Violência contra a comunidade LGBQIA+
A pesquisa Discriminação e Violência contra a População LGBTQIA+ lançada em agosto de 2022 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) constata que a possibilidade de morrer de forma violenta é uma preocupante realidade para boa parte da população LGBTQIA+. Entre os riscos, ameaças e violências vividos pela comunidade estão: injúria, ameaça, lesão corporal e homicídio.
O estudo destaca que entre os vários crimes cometidos contra os travestis, 80% deles foram homicídios. O mesmo crime é o que mais assola homens gays, com com 42,5% das ocorrências. Nos crimes de lesão corporal, gays estão em 39,1% dos relatos e 28,6% nos de injúria. Lésbicas sofreram mais crimes de lesão corporal (36%). Contra mulheres trans, os crimes de ameaça foram os mais comuns (42,9%).
Como denunciar a violência
Para apoiar a comunidade LGBTQIA+, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) lançou formulário de ocorrência de emergências para proteção e enfrentamento da violência contra a população LGBTQIA+. O Formulário Rogéria – em homenagem à atriz, falecida em 2017 –, será aplicado em delegacias, pela Defensoria Pública, por equipes psicossociais dos tribunais de Justiça e nos serviços de assistência social de proteção a vítimas de violência.
A medida foi elaborada por um grupo de trabalho específico para levantar informações e aprimorar as respostas institucionais aos crimes. Na cerimônia de lançamento participaram o presidente do CNJ, ministro Luiz Fux e a cantora Daniela Mercury, que colaborou ativamente com a elaboração do projeto.