A comunidade LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Queers, Interssexuais e Assexuais) é composta por 15,5 milhões de brasileiros, segundo a Pesquisa do Orgulho, uma parceria inédita entre a marca Havaianas e o Datafolha, um dos principais institutos de pesquisa do país.
Isso significa que a nossa comunidade “representa” 9,3% da população. O estudo traz um avanço em relação ao mapeamento da população LGBTQIA+, mas é só o primeiro passo.

Falar sobre identidade sexual ainda é um tabu. Com mais de 10 anos de existência, o BlogSouBi recebe diariamente relatos de pessoas que não conseguem se assumir para a família e amigos. São pessoas de todas as idades, mas sem dúvida, o tabu é muito maior entre pessoas com mais de 40 anos.
E é justamente o que revela a Pesquisa do Orgulho: os mais jovens, entre 16 e 24 anos, são os que mais se identificam como LGBTQIA+, representando 18% da comunidade no Brasil.

MERCADO DE TRABALHO
A diversidade no trabalho também ainda se revela como uma questão crítica. Segundo a pesquisa, 62% da população LGBTQIA+ economicamente ativa não falam com frequência sobre sua orientação sexual ou identidade de gênero no trabalho: nesse ambiente o assunto é abordado às vezes, raramente, ou nunca.
Para quem ainda está tentando se recolocar, o cenário também é crítico. Sete a cada 10 pessoas LGBTQIA+ economicamente inativas sentem que não são avaliadas apenas pelas suas qualificações profissionais em entrevistas de emprego.
AUTOEXPRESSÃO
A pesquisa indica que 53% dos LGBTQIA+ conseguem se expressar livremente e 37% acreditam que a sociedade os respeitam por quem são. Apenas 21% acreditam que os programas de TV e outras mídias representam a comunidade.
Além do preconceito de quem não faz parte dos LGBQIA+ ainda enfrentamos preconceito dentro da própria comunidade. Os “gays machos” criticam os “gays afeminados”. Lésbicas dizem que nunca ficariam com uma “mulher trans”, dizendo que elas não podem representar a ala feminina. Ainda é preciso muito trabalho de conscientização para que todos da comunidade possam se expressar livremente, sem julgamentos.

FAMÍLIA
Em relação a família, 65% afirmaram que têm um bom relacionamento, enquanto 6% disseram ter grandes dificuldade de relacionamento – ou talvez nenhum relacionamento. Apesar de muitas famílias ainda não respeitarem e aceitarem, os dados mostram que estamos conquistando mais espaço e entendimento.
Um ponto de destaque é que ao mesmo tempo em que os jovens são os que mais admitem fazerem parte da comunidade LGBQIA+, eles também são os que mais têm dificuldades de relacionamento com a família – 50,7% dos jovens entre 16 e 24 anos afirmaram que têm uma ótima relação, abaixo da média do estudo.

PRECONCEITO
Uma a cada quatro pessoas não concorda totalmente que pessoas LGBTQIA+ devem ter os mesmos direitos. Na população LGBTQIA+, 17% sempre sofrem discriminação. Esse número é quase o dobro, comparado com a população não-LGBTQIA+ (9%).
Apenas 34% das pessoas não-LGBTQIA+ concordam totalmente que é comum demonstrações públicas de afeto entre casais homoafetivos. Ou seja, a maioria da população ainda acredita que nós não podemos beijar os nossos parceiros em público, como se isso fosse errado.
AÇÕES PRIORITÁRIAS PARA A COMUNIDADE LGTBQIA+
Entre os temas que mais incomodam a população LGBTQIA+ e precisam ser resolvidos com mais urgência são: resolver o problema da falta de segurança pública, a violência física contra os LBTQIA+ e a discriminação, preconceito e intolerância.

Sobre a pesquisa
A Pesquisa Havaianas/Datafolha foi realizada entre os meses de maio e junho de 2022, com uma amostra de 3.674 pessoas a partir de 16 anos de todas as classes econômicas. A amostra é representativa da população brasileira (167 milhões**), ou seja, mantém as mesmas características do total da população com 16 anos ou mais. A amostra abrange todo o país, distribuída em cerca de 120 municípios das cinco regiões brasileiras, na proporção que cada região representa no total da
população (PNAD 2019 – IBGE).
Acesse a pesquisa completa em pesquisadoorgulho.com.br.
Esse número pode ser ainda maior, porque os maiores de 40 anos, viveram outra realidade, como gênero e sexualidade serem áreas distintas! Como ouvi num vídeo, hoje há necessidade em dar nome a tudo, até evitar a penetracao anal para se manter hetero; evitam carícias e beijos pelo corpo e buscam a excitação através do beijo na boca e corpos “se atritando”! Mas há “avanços” como reconhecer a atração entre pessoas do mesmo gênero e/ou gêneros diferentes com aspecto de “naturalidade”, com menos heteronormatividade e mais complementariedade, como intuitivamente, saberem como “chegar” no (a) outro (a)!