Em 31 de março foi lançada a Websérie “Um Olhar Para Crianças Trans“. Promovida pela agência de marketing Mynd, a websérie aborda os desafios das crianças transgênero durante a infância e a adolescência.
O primeiro episódio batizado “Um aprendizado para escolas brasileiras” você pode assistir no nosso Instagram (ou final deste post). Ainda serão lançados mais dois episódios: “O desafio de crescer trans” e “Apoio constrói a autoestima“.
O projeto foi idealizado e dirigido pela jornalista Kíria Meurer, Diretora de Projetos Especiais da empresa e discute um dado alarmante: 98% dos pais, mães ou responsáveis pelas crianças trans não consideram o ambiente escolar seguro, de acordo com pesquisa da ONG Grupo Dignidade em parceria com a UNESCO. Os episódios contam com a participação de personalidades importantes da comunidade, que trazem as suas vivências, como: a cantora, apresentadora, influenciadora e mulher trans, Pepita; a ativista, escritora, influenciadora e mãe de uma criança trans, Thamirys Nunes; a fotógrafa e mulher trans, Violeta Rodrigues Rivas; e a publicitária e mulher trans, Olga da Silva Barbosa.
Para Kíria, é de extrema importância discutir o assunto, principalmente no âmbito escolar: “Vivemos no país que mais mata adultos trans, por isso esse convite de olhar para as crianças trans faz muito sentido. A gente precisa começar a discutir essa questão nas escolas, ainda na infância e com todes. É chocante imaginar que a escola, esse espaço que deveria ser acolhedor, ainda é palco de tanto preconceito e violência”.
Segundo um estudo da OAB do Brasil, agressões verbais, físicas e todo tipo de violência fazem com que 82% dos trans sejam passíveis de evasão escolar. Thamirys Nunes viveu esse preconceito: “Tive muita dificuldade de achar uma escola para a minha criança trans. Ouvi, muitas vezes, que ali não era lugar para minha filha e família ou que não pertencíamos àquele espaço. Em alguns momentos, inventavam que as vagas tinham acabado, por exemplo, mas nós sabíamos que não éramos bem-vindos”. Já Pepita fala sobre como a discriminação impactou sua infância e adolescência: “A escola tinha que ser um lugar para me amparar. Mas a minha experiência foi marcante, dolorosa e triste”.
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