Apesar de ser um homem intenso, nunca tinha realmente me apaixonado antes. Sempre quis sentir aquelas paixões de tirar o fôlego, mas ainda não tinha acontecido. Aliás, comecei a achar que não iria mesmo acontecer.
Eu já conhecia o Leandro e fazia tempo que não nos víamos. Eu não sabia que ele era gay. E ele também não sabia de mim.
Nos reencontramos e os olhares não deixaram dúvidas. No mesmo dia, nos beijamos e transamos.
Achei que poderia ser mais um desses encontros rápidos, recheado de bons momentos. Mas não foi.
Leandro também é intenso e não teve medo de demonstrar que estava realmente interessado. Gostei disso nele. E tudo isso se somou ao fato de que ele é lindo. Um homem que chama a atenção na rua.
Começamos a nos falar todos os dias e logo os títulos de namorados surgiram. Foi rápido, gostoso e natural.
Em pouco tempo de namoro, nos deparamos com uma situação incômoda. A primeira delas aconteceu em uma balada. Estávamos dançando e duas meninas vieram em nossa direção:
– Estávamos olhando vocês dois de longe. São um casal?
– Sim, nós somos namorados – respondi.
– Ah, que pena. Tão bonitos. Um desperdício, né? – ela olhou para amiga, aos risos.
Dei um meio sorriso e agradeci timidamente. Trocamos mais algumas palavras e pedi licença para ir ao banheiro. Ao sair, uma delas me abordou novamente.
– Você não quer me dar um beijo?
Fiquei parado, olhando pra ela, sem reação. Não respondi prontamente. Ela insistiu:
– Ele não precisa ficar sabendo.
– Não, não. Eu amo meu namorado e não faria isso com ele. Não posso fazer isso.
Ela tentou me bloquear levemente, mas de uma maneira que me incomodou profundamente. Pedi desculpas e saí dali.
Pedi ao meu namorado para ir embora. Inicialmente, ele negou. Achou que eu estava exagerando e que não era motivo para tanto. Mas depois da minha insistência, ele cedeu.
O machismo entre as mulheres
Assim como homens machistas, muitas mulheres também forçam a barra. Em outra situação, uma outra mulher passou a mão em mim. Ela simplesmente me apertou, deu um sorriso e saiu andando.
O respeito ao corpo do outro deve existir, independemente do gênero. Eu me sinto desrespeitado quando uma mulher faz isso.
Eu amo mulheres. Amo minha mãe, minhas amigas, tias, sogra, minha avó. E assim como todas elas, luto para que tenhamos um mundo que respeite o corpo do outro. O meu corpo, minhas regras deve valer para todos.
As mulheres, sem dúvida, são as que mais sofrem com o machismo. Mas todos somos reféns desse conceito cultural. O próprio homem heterossexual sofre por isso e pouco sabe. Sofre quando não pode demonstrar a sua sensibilidade ou quando precisa se provar a todo o momento. Sofre quando não pode dizer simplesmente que não gosta de futebol ou que prefere uma comédia romântica a um filme de ação. Existe uma profunda pressão social para que homens estejam dentro de um padrão.
Sei que não tenho “lugar de fala” para combater o machismo como as feministas, mas posso dizer o quanto isso também tem afetado o mundo LGBT e como precisamos começar a treinar o nosso olhar a enxergar os limites do outro.
O relato é real e foi feito à autora do BlogSouBi
Interessante este relato, este rapaz deve ser bem bonito para chamar a atenção das mulheres. Sou hétero e nenhuma mulher chega em mim.
E realmente esta pressão de que homem tem que gostar de futebol, ou que tem sempre que gostar mais de um filme de ação ao invés de uma história romântica é ridícula.
Impressionante como existem pessoas bobocas e de mente fechada em pleno século 21.
Eu diria que há uma marcação forte das mulheres, evitando os homens de terem seus momentos: se elas já escolhiam as roupas deles, já há algum tempo, estão trabalhando como vendedoras em lojas de roupas masculinas. Atuam até como comentaristas de jogos de futebol! Até como Equipe de Voos, nas cabines de avião: piloto, co-piloto e chefe de serviço de bordo (sabemos que muitos comissários e pilotos mantém relação homoafetiva, entre si)! Não adianta controlar o Incontrolável: Sempre a Bissexualidade e Homossexualidade terão seu momento de “saída do armário”!