Após mais de 10 anos da Lei de Cotas, completados em 2022, as cotas raciais continuam gerando grande polêmica no país. Há ainda muitas críticas sobre a implantação dessa política com argumentos pouco aprofundados sobre o tema e geralmente embasados na “meritocracia”.
As cotas são importantes para dar oportunidade a quem, historicamente, não teve. “Pessoas foram impedidas de ter acesso a oportunidades em função da cor”, afirmou Elisângela Furtado, professora da Fundação Dom Cabral, em entrevista exclusiva para a Voz da Diversidade.
As cotas trouxeram resultados importantes para o nosso país. De 2001 a 2020 o número de pretos, pardos e indígenas matriculados em universidades públicas no Brasil passou de 31% para 52% do total de estudantes. E os de classe C, D e E de 19% para 52%, segundo levantamento feito pelo Consórcio de Acompanhamento das Ações Afirmativas a partir de informações incluídas na Pnad Contínua. A amostragem foi de alunos de todos os cursos universitários de instituições federais, estaduais e municipais, de 18 a 34 anos, e não incluem apenas os que entraram nas faculdades através da Lei Federal de Cotas e de outras políticas afirmativas. Dados da mesma pesquisa apontam que 71% das pesquisas avaliam positivamente as cotas raciais e 62% as cotas sociais.
“A importância das cotas é para a gente interromper esse processo de desigualdade social que exclui pessoas com bases nas suas características físicas”, disse Elisângela. E essa é justamente a proposta da Lei de Cotas: eliminar desigualdades historicamente acumuladas, garantir a igualdade de oportunidades e reparar perdas provocadas por diferentes formas de discriminação.
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