Sou gestora de uma multinacional. Estou na empresa há mais de um ano e quando descobri que existia um Comitê de Diversidade fiz questão de fazer parte. Saber que a empresa tinha criado um comitê como esse me deixou extremamente feliz.
Mas ingressar no comitê também me gerou frustrações – não por conta das pessoas que estavam nele, mas daquelas que estavam fora. Nos primeiros meses como integrante do comitê percebi que nossas decisões não eram respeitadas – e pior, nós nem éramos consultados sobre questões de diversidade na empresa.

E então aconteceu algo que me deixou muito abalada. Fiquei tão desnorteada que resolvi escrever para a Voz da Diversidade. A minha empresa foi convidada para fazer parte de um Programa Global de Desenvolvimento Feminino. O projeto é extremamente relevante – cerca de 30 grandes empresas são parceiras. Para participar como colaboradores do projeto, tivemos que eleger uma pessoa embaixadora em nossa sede, em São Paulo.
O comitê não foi consultado. Mas, na verdade, isso nem foi uma questão. O problema foi descobrir que a pessoa embaixadora de um programa para mulheres era um gerente de logística.
Sim, um programa para empoderar mulheres teria um homem como embaixador. Apenas essa notícia já poderia ser absurda, mas o cenário é ainda pior.
Esse gestor tem um histórico de assediar mulheres na empresa. Além de enviar mensagens, fazer piadas grosseiras e ser extremamente abusivo ao conversar com as mulheres, ele também passou a mão em alguma delas.
A empresa sabe do histórico, pois temos um canal de denúncias. Ele já foi denunciado por ao menos 10 mulheres e a empresa nunca tomou nenhuma providência. Apenas uma: ele foi promovido duas vezes no último ano.
De que adianta ter um Comitê de Diversidade se não há nenhuma efetividade? As empresas continuam utilizando a diversidade como uma estratégia de marca. Enquanto isso, continuamos sem avançar de verdade na pauta da inclusão.
Essa é uma história enviada por uma funcionária de uma empresa multinacional para a Voz da Diversidade. A funcionária pediu para não ser identificada por medo de sofrer represálias.
A questão é que “perfil” de mulher a exemplo de Angela Merkel, Zilda Arns e Irmã Dulce, lamentavelmente, são exceções! Até na política, representando mais da metade do eleitorado brasileiro e como já ouvimos dizer: “mulher não vota em mulher”! Com o feminismo passou a ser criticada a expressão que “atrás de um grande homem tem uma grande mulher”, interessante seria se ao invés de criticar a palavra “atrás”, assumisse o protagonismo da História, fazendo História em todas as áreas do conhecimento que atuar! Me lembro que em aula de Ciências, década de 70, com dois professores na disciplina, ele havia pedido equipes fazerem trabalho sobre assuntos tratados no Laboratório de Ciências! Ao retornar a sala de aula, a professora deixou o caderno dela, com os temas bem escritos, na carteira que sentei, inclusive o que seria tema do trabalho da minha equipe! Fizemos o trabalho e ao devolver o caderno dela, ela me agradeceu sem saber que havia nos ajudado! Depois que o professor avaliou o nosso trabalho, outra equipe quis saber porque eles não tiraram a nota máxima; ele elogiou a redação que apresentamos e até disse as pesquisas que deveríamos ter realizado! Uma Mulher se destacando entre seus pares, numa época em que o Magistério representava a oportunidade dada pelo Mercado de Trabalho a vocês Mulheres!!! Glória Maria deixou como legado: Icone no Jornalismo, representatividade no Gênero e Etnia!