Malika* é uma jovem africana lésbica de 27 anos. Ela vive em Luanda, na Angola, região em que também se fala português. Ela lê o BlogSoubi há dois anos e agora em janeiro, pela primeira vez, enviou um e-mail contando a sua história.
A homossexualidade na Angola é praticamente um tabu. Algumas frentes políticas, como o Partido da Renovação Social (PRS), pregam a proibição do casamento homossexual. Uma das justificativas para a proibição é a cultura africana, a tradição.
É nesse contexto que Malika se encontra. Ela nunca conversou com ninguém sobre o assunto e aos 27 anos nunca namorou. “Os homossexuais ainda são muito criticados aqui. Apesar de muitos ainda se acharem pra frente, a sociedade é muito dura. Muitas vezes ainda somos vistos como doentes”, conta Malika.
No mercado musical, segundo ela, há três músicos assumidos. “Um deles agora é ela, a primeira transsexual da Angola”. E complementa: “No ano passado, um dos nossos canais de televisão transmitiu uma telenovela em que tinha um casal de lésbicas e outro de gays. O tema gerou muita polêmica. Fizeram reportagens com o público, uma pesquisa, para procurar saber o que as pessoas achavam sobre a homossexualidade. Meu Deus, em 100 ou 200 pessoas, apenas 5,6 pessoas foram a favor dos homos, o resto só deu pedradas”.
A jovem africana agora está apaixonada por uma mulher do seu trabalho, mas não tem coragem de confidenciar sua paixão mesmo desconfiando que ela também seja homossexual. “Ela não é casada, nem tem filhos. Mas vive dizendo que tem alguém. Mas quando fui procurar saber mais, conversar com pessoas próximas a ela, soube que ela não tem ninguém, é uma pessoa muito só, reservada, fala pouco sobre ela”.
Malika nunca conheceu um casal de gays. “Não sei como as pessoas fazem aqui, não sei como é”. Ela conta mais sobre como é ser um homossexual na Angola na entrevista a seguir.
1) Como as pessoas veem os homossexuais na Angola? O que falam sobre eles?
Olha, Amanda, aqui as pessoas já falam sobre o assunto. O pouco que se fala já é o começo de alguma coisa, né? Quem fala se diz pra frente, mente aberta. Mas os homossexuais ainda são muito criticados por aqui, apesar de muitos se acharem pra frente. A sociedade ainda é muito dura com os homossexuais, então digo que ainda somos vistos como doentes.
2) Por que os africanos têm preconceito? Por aqui duas das grandes influências são as religiões católica e evangélica.
O conceito aqui não muda muito, as religiões também são grandes influências para o preconceito, mas em parte as nossas famílias também são culpadas, isso se deve muito à forma como somos educados.
3) Há algum tipo de agressão contra homossexuais? Quais são elas?
Já ouvi relatos de agressão contra os homossexuais. Pessoalmente, nunca assisti e nunca pretendo ver esse tipo de covardia.
4) Você conhece algum gay ou lésbica, sem contar pessoas famosas? Se não conhece, algum amigo seu conhece?
Tenho um amigo gay há mais de 10 anos. Ele nunca se assumiu, mas os trejeitos são bem visíveis, nem precisa olhar duas vezes. Algumas pessoas da minha família já tinham proibido de me relacionar com ele. Diziam que é percado e que, por aceitá-lo, teria o mesmo castigo que ele. Enfim, uma porção de coisas, mas nada disso abalou nossa amizade. Se a minha família age assim com pessoas de fora, imagina como será comigo.
5) E sobre os bissexuais, o que é falado?
Aqui pouca coisa se fala sobre os bissexuais. Na verdade, nunca conheci, nem ouvi falar de alguém que seja bi. Acredito que temos muito por aqui, mas devem estar bem escondidinhos.
6) Como você descobriu que era lésbica?
Na infância, cresci muito masculina. Brincava mais com os rapazes, então as pessoas me chamavam de maria rapaz. Na adolescência, aquela fase em que as meninas estão se arrumando mais, falando de rapazes, eu também me arrumava, mas não para chamar a atenção deles, porque eu me sentia bem comigo mesma. Odiava quando um garoto vinha me paquerar, até agora ainda me irrita. Hoje, aos 27 anos, nunca me senti atraída fisicamente ou emocionalmente por nenhum homem, tanto que nunca namorei. As pessoas à minha volta viviam perguntando o porquê. Eu também me questionava, até que um dia alguém me perguntou se eu gostava de mulher. Eu estava por fora desse assunto. Aqui, quase nada se falava sobre a homossexualidade. Mas depois que me fizeram a pergunta, muita coisa ficou clara na minha cabeça e comecei a entender o que sou. Houve muitas dúvidas, foi difícil, mas agora tenho certeza de quem realmente sou. Depois que me descobri, me aceitei. Comecei a olhar mais as mulheres e a sentir coisas que nunca senti antes. Atração física, desejo emocional, embora até agora nunca tenha estado com uma mulher. Talvez por causa do meu meu medo e minha timidez.
*Malika é um nome fictício usado a pedido da entrevistada
Oi Malika tdo bem? Eu também me descobri tarde mas não me assumi pra minha família. Hoje namoro e sou feliz.
Malika vem pro brasil gata , sei q nós estamos longe do ideal mas aqui a discriminação é menor e você pode namorar quase que livremente , até mesmo se casar , as coisas aqui já mudaram muito e é mais facil se assumir aqui , tem muitos gays e lésbicas assumidos por aqui
O mas dificil e vc ter q contar pro seus pais q e lesbica a maioria das vezes o preconceito esta dentro de casa
eu também sou angolana e sinto o msm preconceito que a malika … minha mae disse que aceita gay’s, mas fora da casa dela … ela é muito relegiosa e ao msm tempo preconceituosa, mas eu nao á julgo, pq cada um tem o direito de pensar o que quiser. eu sou o que sou, e ninguem me vai mudar!
Ola ! tanbem sou angolana e vivo em Luanda.
Makila , Djamila bom saber que em Angola tanbem ja conversa sobre o assunto pelo menos na ”net”..Nos estamos num funil mesmo!!
Eu estou numa situacao complicada , tenho namorado mais sinto mais atracao por mulheres.. conheci uma jovem numa viagem em servico que eh lesbica , e ai a gente ficou no mesmo hotel, a gente conversou bastante sobre o assunto , divertimos bastante mais nao houve contacto fisico; respeitamos-nos uma da outra…o meu namorado ja questionou se gostava de mulheres e eu disse com muita sinceridade ”TALVEZ”.. ele como eh estrangeiros aceitou com naturalidade.. se fosse um Angolano matava-me kkkkk
Olá. Gostei de si.
Gostaria de conhece-la.
Bj
Oi leva gostei muito da sua estaria me puxa no whatsup estou na Namíbia +264812058187
Olá Leya estou numa situação parecida.
Olá, sou jornalista em Angola e gostei muito da matéria, gostaria de fazer uma entrevista com a Malika, eu sou apologista da liberdade é adoraria abordar este tema. Aguardo ansiosa por um feedback da propria Malika ou da editora do site.
Olá, Kimi, tudo bem?
Já entrei em contato com a Malika por e-mail, vamos ver o que ela responde. Aviso se ela se interessar.
Abraços!
Olá, ainda não tens noticias? A conversa poderá ser por email e ela será tratada como anónima 🙂
Kimi, tudo bem? Vou mandar um novo e-mail pra ela. Ela está com receio de aparecer mesmo.
Vou falar sobre o anonimato para deixá-la mais tranquila.
Espero que consigam conversar. É importante o que você está fazendo. Acredito que os jornais da Angola devem dar visibilidade para as causas LGBT e tratar o assunto de maneira natural. É a sua primeira reportagem sobre o assunto? Como é visto esse tipo de conteúdo na Angola? Se preferir, podemos conversar por e-mail ([email protected]).
Abraços!
Olá, que rápidos! Obrigada pela atenção! Pode dizer a ela que eu sei o que ela passa, pois tmb sofro muito preconceito. Obrigada mais uma vez pela atenção 🙂
Olá Makila, eu sou angolana e sou Bi mas me sinto mais atraída por mulheres, conheço mais de 15 lésbicas aqui em Luanda e acho que o dobro de Bissexuais, aqui ainda há muito Tabu mas eu já consigo conversar com os meus amigos sobre isso embora eu tenha apenas 18 anos! Eles dizem que é uma fase o que eu acho muito errado mas só eu sei o que sinto e independentemente do que eles dizem não irá mudar nada
Olá. Eu também sou de Angolana e sou lésbica , mas não conheço ninguém que seja aqui! Poderíamos ser amigas se quiseres… É só porque sinto a falta de falar com alguém que compreenda a situação
Daás-me o teu número?
dás-me*
ola sou a sol sou angolana bi casada com um filho e sinto muita pena que o nosso pais ainda tenha tanto preconceito mas tenho fe k um dia viveremos todas felizes a quem a agente queira sem sermos esforcadas a casamentos heteros ou coisa parecida viva nos,
eu sou angolana e gostaria de um vosso numero para abrir um grupo no whatsapp.
liga pra mim urgente por favor
ola Meninas Mandam-me um mail [email protected] e vamos trocando esperiencias k acham?
Olá,meninas!
Sou mulher de 29 anos,solteira,vivo sozinha. Gostaria de conhecer meninas lésbicas e bissexuais. Para amizade e aventuras. este é o meu contacto. Me liguem,por favor.
OI FINA VOCÊ NÃO DEIXOU O TEU NUMERO
eu sou bissexual, sou mulher, tenho 23 ano gostaria de conhecer uma mulher 30 anos para cima para lhe chupara toda ela.
quem estiver enterecado este e o meu email [email protected]
eu gostaria de te colhecer Fina mais voce nao deixou o numero
Oi tudo bem? Não tenho muito a dizer, soque tambem sou Angola e me desculpa a bem pouco tempo lésbica…
Suzane ngola, que manter contato? Bjos