Felipe* comecou a acessar o BlogSouBi porque acreditava ser bissexual. Ele tem interesse por homens, mulheres e…travestis, transgêneros e todas as pessoas com “aparência” e “trejeitos” femininos.
Ao pesquisar mais na internet, descobriu que se identifica muito com a pansexualidade, que nada mais é do que a possibilidade de se apaixonar por qualquer ser humano, seja ele homem, mulher, transexual, intersexual, drag queen, etc.
Felipe realmente não se importa com o sexo das pessoas. “Já sai com uma travesti, mas não foi tão bom porque ela era garota de programa. Hoje procuro travestis [que não sejam garotas de programa], converso e tento entendê-las. Gosto de pessoas afeminadas”, conta Felipe.
O único porém é que ele afirma ter apenas atração sexual por travestis. Não se imagina casado ou morando junto. Seria por conta da sociedade? Se Felipe se considera pansexual, o que o impede de também se relacionar emocionalmente com qualquer pessoa?
Como sabemos se podemos ter sentimentos por alguém se a relação não foi adiante? E se não permitimos que ela vá adiante? Ou pior, se ainda não conhecemos esse alguém?
Para Felipe, sem dúvida, é uma situação difícil. Poucas mães aceitariam um filho saindo com um travesti. Infelizmente, muitos gays, lésbicas e bissexuais também rejeitam essa ideia. “‘É algo muito estranho e diferente. Não conseguiria”, é o que já me disseram muitos amigos da comunidade LGBT.
Como podemos lutar por nossos direitos se também rejeitamos pessoas diferentes de nós? Qual a diferença de um gay ou bissexual para um travesti? Ou de um pansexual?
A pansexualidade, talvez, seja uma maneira de mostrar – mais do que qualquer outra sexualidade -, que realmente não importa a identidade sexual ou o gênero em um relacionamento, somos seres querendo ser felizes com outros humanos.
*Felipe é um nome fictício
Eu nem sei se e conseguiria opinar nesse sentido, mas aí vai.
Eu sou bi. De fato não tenho nenhum interesse em travestis, transgêneros, ou gays afeminados demais. Quando me interesso por um cara é pq ele é homem, e quando me interesso por uma mulher, é pq ela é mulher.
Eu não os acho errado nem julgo dessa forma, cada um tem o direito de se expressar da forma que melhor lhe convém, da forma que lhe faz sentir bem.
Particularmente eu acredito que homossexualidade ou bissexualidade não tenha nada a ver com ter que parecer como o outro sexo. As vezes os trejeitos são discretos e “contidos”, qualquer um percebe claramente q a pessoa é homo, entretanto não há uma intenção de querer parecer, é natural. Inclusive os amigos gays assumidos que tenho são assim, ninguém nega que eles são gays, mas não são femininos ao ponto de querer parecer mulher nem nada do tipo, até dão uma “deslizada” de vez em quando, mas no geral são como qualquer um outro.
Não sei dizer se isso é algum preconceito de minha parte, mas eu realmente não acho que apenas por ser homo vc precise ser afeminado. Ninguém deixa de ser homem, é apenas a orientação sexual q é outra. Falar se auto-afirmando no feminino, usar expressões como “as gays” acho super desnecessário, faz parecer que a pessoa quer ser mulher, enfim, eu não entendo isso muito bem.
Quanto aos travestis e transgêneros eu não sei como opinar, uma vez que já li em algum lugar que pessoas que se enquadram nesse perfil… bem não sei explicar, mas para falar de forma leiga é como se fosse “uma mulher que nasceu no corpo de um homem” então há um conflito de identidade que está fora dos meus limites opinar.
Confesso q de certa forma devo ter um preconceito devido a falta de entendimento. Nunca conversei com ninguém desse grupo para entender melhor. Não preconceito de ódio e repudio, mas por mentalidade mesmo. Talvez seja pelas experiencias que tive ao observar gays na rua e tal. A grande maioria age de forma tão forçada que fica muito feio.
Espero n ter ofendido ninguém, é minha sincera opinião. Não acho que pelo cara ser gay ele tenha que botar cabelo, falar no feminino, fazer coisas de mulher e tal, mas cada um tem seu jeito de se expressar.
Aceito críticas de boa galera. Talvez até me ajudem a entender quem pensa de forma contrária a mim.
Depende. Não tem mesmo nada a ver. A aparência de um indivíduo em nada influência sua sexualidade. Uma moça pode usar cabelo ou roupas próximas do masculino, e ainda sim ser hétero, então isso é muito relativo.
Não precisa ser homo pra ser afeminado e nem afeminado pra ser homo. Cada um se expressa da maneira que achar mais confortável, que faças feliz.
Cada um se auto-afirma como achar conveniente, em como se sente. Um rapaz andrógino, quase mulher, pode muito bem se sentir bem se chamando de Paulo, ou uma menina que parece menino, se sentir bem sendo chamada de Érika. Alguns nem se importam se são chamados de Ele ou Ela, não importa, o que importa é o respeito como seres humanos. Assim como tem travestis que preferem ser chamadas de Ela, algumas gostam de ser chamadas de Ele ou tanto faz, o que importa é você respeitar a maneira a qual a pessoa quer ser chamada, no feminino, masculino ou de ambos, etc. A diversidade tem uma ampla rede de pluralidades. O ser humano num todo é plural.
Quanto aos travestis e transgêneros eu não sei como opinar, uma vez que já li em algum lugar que pessoas que se enquadram nesse perfil… bem não sei explicar, mas para falar de forma leiga é como se fosse “uma mulher que nasceu no corpo de um homem” então há um conflito de identidade que está fora dos meus limites opinar.
Também me perco um pouco quanto a opinar mas sei o seguinte: travestis se sentem homem e mulher, transgêneros são pessoas que possuem o corpo distinto de seu gênero, ou seja, um mulher pode nascer num corpo de homem e vice-versa, detalhe que pra mim, transgênero não se interessam pela cirurgia de redesignição sexual, simplesmente pelo fato de serem transGÊNERO ou seja, sentem que seu gênero não é compatível com seu gênero físico. Transexual seria a pessoa que mudou seu sexo biológico.
A grande maioria age de forma tão forçada que fica muito feio.
Se você que a forma como eles agem é feia, isso já se configura como preconceito seu diante das pessoas de fora do binário homem/mulher
Abraços
Blz, Danilo?
Como eu disse, eu entendo totalmente que as pessoas devem se expressar como se sentem e da melhor forma para elas. Isso não me afeta em nada, é apenas uma questão de gosto, eu acho, gostar de homens “másculos” e mulheres “femininas”.
Concordo que isso pode ser um certo preconceito de minha parte, entretanto não é um preconceito de ódio nem nada do tipo, apenas não me relacionaria com alguém nos perfil que citei acima, pelo menos não até o momento.
Pensando melhor eu realmente acho que a relação binária homem/mulher esta muito enraizada em mim. Não é que eu ache errada a forma dos outros se expressarem, mas na minha mente homem é homem e mulher é mulher independentemente da escolha sexual. Mas sei que cada um sabe melhor o q tem dentro de si.
Vou parar para pensar um pouco mais nesse assunto específico.
Novamente, obrigado pelas suas considerações.
A questão é a forma de se expressar. As vezes a forma vem carregada de conotações pejorativas que acabam revelando uma minúscula parcela de preconceito.
Quanto a questão de não achar errado, você acha o que então?
Não existem regras que digam que existe um homem de verdade ou uma mulher de verdade, isso é um padrão de controle da sociedade. Existem milhares de pessoas que não se sentem bem em seus corpos, ou que sentem não pertencer a um gênero só, além daqueles que sentem vontade de se expressarem de formas distintas da binária, então ser homem ou mulher, acaba sendo uma questão cultural, performática. O binarismo nada mais é do que uma forma de controle.
Mas é claro, apesar das verdades, vai de cada um entender da forma que lhe é conveniente, o importante é respeitar as diferenças.
Noutro site eu li sobre Pansexualidade que ai me convenceu, porque foi ao encontro do que, presumo, ser “pan”: Não fomos “atraidos” pela beleza, ele nunca havia se demonstrado ser bi ou homo, nas conversas que havíamos tido antes, eu e ele cisgeneros ( eu até bem peludo e com voz grossa) “não impedindo” de depois de poucas conversas havidas, ele “engrenar” numa preliminar comigo! Quando leio caras dizerem que “curtem” travestis e afeminados, é como se quisessem “não” se aceitarem bi ou homo, como se houvesse uma “justificativa” para atração por homens (mesmo gênero): “lembram” mulheres! Quando caras buscam na conversa, saber se eu usaria lingerie, logo encerro a conversa, educadamente claro.
Não vejo nada demais em um pansexual. Assim como existem hetero, homo e bissexuais, também existem os pansexuais, e qual o problema?
As pessoas, ate mesmo os LGBT, são cheios de preconceito e acabem falando m……Espero que o Felipe seja muito feliz e se sinta feliz em ser um pansexual, porque a primeira pessoa que deve aceita isso deve ser ele mesmo. É aquela velha historia, desde que não façamos mal a ninguém, que seja feliz como quiser (ou como tenha nascido).
Eu tenho 16 anos, e, até o ano início do ano passado, acreditava ser bi. Depois de ouvir o termo “pansexual” pesquisei e, totalmente, sei que sou pan.
Me assumi para minha tia, que sempre me criou e é como uma mãe para mim. Ela não sabe que eu já fiquei com garotas, e ainda estou relutante em dizer o termo geral da pansexualidade.
Que eu me sinto atraida para garotas e garotos, assim como garotos gays afeminados e travestis, ou uma pessoa de pele azul, com o gene da licantropia ou até mesmo uma planta, ela aceitaria de boa.
Mas eu acho que a idéia de que eu ficaria sim, com qualquer um desses citados acima… bom, acho que é um pouco demais até para a cabeça liberal dela k
querida me desculpe, sou pan e te garanto que pansexualidade nao tem nada a ver com atração por plantas ou animais de outras espécies, esse tipo de desejo ta ligado a parafilias (pesquise melhor no google). pansexualidade é atração por seres humanos independente de gênero. muito cuidado pra nao distorcer o conceito da sua sexualidade na tentativa de explicá-la pra outras pessoas.
Ola me chamo Leticia tenho 34 anos moro em São Paulo, adoro o blog e cada história, não sou bissexual,
Só tive e relacionamentos com mulhere, hoje estou solteira, mas confesso que está muito difícil encontrar as mulheres mais maduras, estou querendo fazer novas amizades por favor estejam a vontade meu email
[email protected]
Abraços à todas
Gente, o correto é A Travesti (transgenero), ou ainda assim A Transexual, visando uma bez mais que somos mulheres trans…
A travesti, A mulher trans.
é mulher gente, então SEMPRE no feminino.
Já tem anos que eu li essa postagem. Minha mente naquela época e agora são bem diferentes, então deixem-me contar um pouco de como foi me descobrir pansexual.
Gostar de garotos? Okay, nada de mais. De garotas? Era essa época que pegar meninas era “cool”, então nada de mais ai também. Então eu pensei, mas eu também já me senti atraída por essa moça incrível que conheci, e ela era trans. Eu fiquei curiosa. Não havia isso na bissexualidade que meus amigos me apresentaram.
Pois é. Me deparei com “Pan” de uma forma bem cômica, lendo uma fanfic aleatória na internet.
Quem diria que eu iria me encontrar assim?
Eu nem sei o por que de voltar a esse post, três anos depois da primeira vez que o li e achei que sabia alguma coisa sobre mim mesma.
Eu não sabia, e ainda não sei. Mas esse cara legal que eu conheci apenas simplifica bem as coisas: Eu gosto de pessoas. Só isso.
“Felipe”, que me deixou tão intrigada na primeira vez que li a história, hoje em dia me dá um sentimento de dor oca. Eu nunca realmente vi necessidade de falar que gostava de meninas, pois desde pequena eu gostei, mas eu tinha vergonha de falar exatamente isso, e hoje em dia ainda não consigo olhar no rosto da menina (tão minha amiga na época) com que sonhei pela primeira vez que beijava. E foi um beijo no meu sonho, selinho inocente de criança, mas essa vergonha ainda esta em mim, mesmo que eu me orgulhe de quem sou e não seja de esconder nada. Tecnicamente. A família paterna não pergunta, eu não falo. Acordo tático que dá certo até agora.
Eu realmente não sei o que me motivou a escrever aqui: Tantas vezes que me falam que eu sou Bi, mesmo explicando a pansexualidade para eles? Estar bem comigo mesma, e apenas ter uma onda nostálgica da garota aos tropeços que eu era quando li isso pela primeira vez?
Eu não sei. Provavelmente.
Desejo que “Felipe” tenha conseguido se aceitar como ele é, da forma que eu demorei para fazer, mas fiz.
Ele gosta de Pessoas. Só isso.