Convido você, bissexual, a fazer um teste. Entre em um aplicativo de relacionamento, como o Tinder, e diga que é bissexual a um heterossexual. Se você for homem e afirmar isso a uma mulher, provavelmente perderá a chance de conhecê-la. Mulheres heterossexuais não costumam gostar de homens bissexuais, pois acham que ele “não é homem o suficiente” (aliás, incrivelmente muitas mulheres bissexuais também acham isso de homens bis). Se for mulher e relevar isso a um homem, corre o risco de ser convidada para um menáge (porque está “implicitamente” escrito na sua testa que você adora menáge apenas pelo fato de ser bissexual. [Alerta de ironia, pois na internet é necessário]).
Mas pode ser pior. O preconceito existe na própria comunidade LGBT e, como já citei, dos próprios bissexuais (pasmem). Se você for bissexual e contar a sua identidade a uma lésbica, poderá nunca beijá-la. Muitas lésbicas afirmam ter “nojo” de bissexuais. “Você beija e transa com homem. E isso me enoja”, é o que muitas delas apontam. Posso fazer uma lista dos motivos dados pelas lésbicas para NÃO se envolver com uma bissexual. Ela vai desde traição (porque a bissexual “vai” sentir falta de um homem em algum momento [Alerta de ironia novamente] à promiscuidade e risco de doenças sexualmente transmissíveis.
No caso de homens bissexuais que se envolvem com gays, há muitas reclamações por parte dos gays, dizendo que eles estão apenas “brincando com o sentimento deles”. De fato, há homens bissexuais que só desejam namorar mulheres. E isso acaba levantando uma profunda polêmica que generaliza todo e qualquer homem bissexual. Nem todos agem desta maneira, mas muitos gays acabam preferindo “não arriscar” – o que sem dúvida elimina uma grande chance de encontrarem bissexuais incríveis que poderiam ser excelentes maridos ou namorados.
Bater na tecla da “indecisão” já ficou cansativo. Mas não pode ficar fora da lista. Para muitos homossexuais e heterossexuais, os bis estão em cima do muro e fazem com que a comunidade LGBT “tenha menos força”, afinal estão “contaminados” por relações com pessoas do sexo oposto. Todos esses pontos da listas são clichês que ainda precisam ser desconstruídos, como conto nesta entrevista que concedi ao Yahoo.
Há ainda a necessidade de reforçar a bissexualidade sempre que possível para todas essas pessoas. Como? Você precisa sempre se relacionar com homens e mulheres para “provar que é bi”. E esse é um dos grandes problemas dos rótulos. Da mesma maneira que podem nos ajudar a vencer lutas e barreiras que ainda prejudicam a comunidade LGTB, os rótulos também nos aprisionam.
Imagine um mundo em que você não precisasse dizer se é heterossexual, bissexual ou homossexual. Não seria necessário “definir o que você é”. Você não “iria dever explicações” se há dois anos você esteve com um homem e hoje está com uma mulher. Uma mulher não iria criticar outra mulher, porque sempre se envolveu mais com homens, antes de descobrir que se interessava mais por mulheres. Não haveria rejeição, muitas explicações, necessidade de identificação. Não precisaríamos criar novas significações ou entendimentos. Seríamos apenas pessoas se interessando por pessoas. E ninguém estaria em cima do muro, porque não existiria muro, nem barreiras.
Mas por que os rótulos ainda existem? Porque as pessoas ainda não aprenderam a se respeitar o suficiente para que eles deixem de existir. Eles só existem para explicar algo que não deveria ser explicado.
Por isso que estou preferindo manter um certo celibato, ou seja, ao menos eu sei que me Amo Incondicionalmente!!! Triste perceber uma situação dessas, essa necessidade que o ser humano tem de criticar, julgar, catalogar, separar. E isso é da natureza humana como um todo!
O que me deixa pasma, é entrar no chat desse blog e sofrer preconceito num lugar aonde eu deveria ser só eu mesma, sem rótulo, sem questionamento e principalmente sem ser xingada por uma pessoa que não sei porque motivo, se irrita no mesmo instante em que respondo que sou bissexual…
Enfim, ainda fico triste com os rótulos, mas isso não me fará desistir de conhecer uma mulher madura, bacana que seja assim como eu bissexual, casada, para compartilharmos de uma amizade sincera.
Pois quero apenas ser feliz e não perfeita. Também não permito que terceiros me padronizem e me coloquem numa caixa, para fazer feliz aqueles que de fato tem uma opinião irrelevante ao meu respeito
Sensacional Ale!
Assino em baixo!
Perfeito Ale! Não desista mesmo.
Pessoas deselegantes existem em todos os lugares. Não fique triste, o que importa é quem você sabe que é.
Bjs.
É bem óbvio o preconceito q existe contra bissexuais, mas eu como um homem gay, nunca vou entender esse papo de “não gosto de rótulos” “rótulos não são necessários”, tudo na vida é rotulado, vc é alto, baixo, rico, pobre, feio, bonito, loiro, moreno, gordo, magro etc etc etc.
Rótulos existem para identificar um grupo, imagina se nós tivéssemos que identificar a individualidade de 7 bilhões de pessoas ?
Eu sou contra o uso da sexualidade para a formação do caráter de uma pessoa, mas não me importo em assumir que sou gay, como tb não me importaria de assumir se fosse bissexual ou pansexual.
Eu conheci algumas pessoas q usavam esse discurso, e coincidentemente, TODAS elas, homens e mulheres, só assumem compromisso com o sexo oposto, o q me leva a acreditar que o incomodo não é por ser rotulado, e sim, em assumir toda a carga que vem junto com a homo/bissexualidade, ou seja, vou usar quem eu quiser, transar com quem eu quiser (não q exista algum problema nisso), mas no fim do dia eu opto pelo mais fácil/mais aceito.
Concordo, existem preconceitos e as pessoas próximas não acreditam em sinceridade de sentimentos, se vc fala que gosta de duas pessoas isso já choca quando são dois sexos diferentes então, significa o fim do mundo. Mesmo entre o público que já são discriminados eles não teem empatia. No meu caso, não me importo, minha única preocupação é convencer a pessoa que está comigo de que não é simples e o mais importante não é opcional. As pessoas teem que começar a entender a falta de opções que temos, se gostamos dos dois sexos não seremos felizes optando apenas por um.
Esse texto reflete exatamente o que sinto, aos preconceitos e situações desagradáveis a que sou submetida por ser uma mulher bi.
É incrível como há um enorme preconceito dentro da própria comunidade LGBT, que chega ser completamente absurda e contraditória, pois no discurso, gays, lésbicas e trans, exigem respeito às diferenças, respeito a todas as formas de amor, etc. No entanto, essas mesmas pessoas são as primeiras a rechaçar o(a)s bissexuais, demonstrando uma total falta de respeito e sensibilidade, inclusive indo no caminho inverso da luta LEGB, reforçando esteriótipos e atitudes homofóbicas. CHEGA DE BIFOBIA, exigimos respeito também!!
Olá
Tambem tenho uma linda história de paixão intensa com uma mulher. Hoje tenho 40 anos e só descobri a mim mesma após esse relacionamento. Aprendi muito. Não me arrependo. Valeu a pena cada segundo ao lado dela. Sinto falta de conversar sobre isso abertamente.
Já cansei de ouvir da minha namorada, lésbica, que não existe bifobia, como se ela tivesse essa prerrogativa de decidir o que é e o que não é preconceito com outra minoria. Ou das amigas dela, também lésbicas, me chamando de lésbica/sapa. Só faço revirar os olhos, por que já quase terminamos por causa da discussão. Acho que falta empatia de compreender que não é o único grupo invisível do arco íris, descer do degrau que te faz especial e se juntar por que preconceito todo dia todo mundo passa.
___123___Bifobia: o preconceito contra bissexuais | BlogSouBi___123___
Sou uma mulher madura, 45 anos, BI e namorei um homem também bissexual e fomos muito felizes porque nós compreendamos, as pessoas acreditam que casais BI vivem de orgias, é apenas uma relação normal, porém, mais cúmplice onde ambos entendem que o seu parceiro também tem atração por pessoas do mesmo sexo, podendo ou não trazer isso para a cama do casal. Em meu antigo perfil no Tinder já me interessei por mulheres lésbicas que ao saberem que sou BI descartável a possibilidade de sexo por puro preconceito. Me casei novamente novamente há dois anos e vivemos uma relação poliamorosa com outra mulher e somos os 3 muito felizes.
Incrível Cristina. Muito bem!
Querem me enquadrar (afetiva e sexualmente)!
Há mais de um ano conheci uma mulher bem bonita e atraente, que tem a mesma profissão minha, mas muito mais status do que eu (ela é uma colega de outro estado e cidade). Sou casada com um homem, nunca me envolvi com uma mulher, mas confesso me senti muito atraída por ela e resolvi paquerá-la – detalhe, em um momento bastante inapropriado. Não pensei muito, eu estava em um momento muito tenso e apenas fiz.
Uns dias depois adicionei-a no meu facebook e aqui começa meu problema, que apenas contextualmente ela ajudou a desencadear . Em tom de zoação ela começou a publicar indiretas, que faziam menção à minha investida.
Ela também era casada, hoje já não sei se ainda é, desconfio que não. Encarei aquilo como uma brincadeira, mas confesso que fui ficando ainda mais envolvida e comecei a acreditar que ela também estava, porque o jogo persistiu por meses, o que também me fazia muito mal.
Enquanto isso eu imaginava : “… céus, preciso me envolver emocionalmente com uma mulher que está longe e que possivelmente apenas joga comigo? Isso tudo é medo de admitir que tenho interesse por mulher?”.
Eu deveria tê-la bloqueado das minhas redes sociais naquele momento, mas não fui isso que fiz. Sou professora e em meio àquele dilema interno, dentro de sala, conheci uma aluna, linda, que acabei paquerando discretamente, o que depois me gerou um problema, como vou explicar.
Na cidade em que trabalho acho que correu a história de que eu me “engraço” por alunas (Gente, foi tudo tão tímido, tão espontâneo! Eu não propus nada para ela, não me aproximei fora de sala. Ela é linda e me atraía, troquei olhares e sorrisos, só isso! Ela não é menor de idade, é universitária, vestia-se de modo um pouco masculino… sei que ainda assim é delicado o relacionamento entre professor/aluno, mas quem nunca teve uma fraqueza?…).
Na academia, no bar, no ambiente de trabalho, algumas amigas começaram a me olhar diferente, com alguma precaução, outras com um discreto sorriso de deboche … o que incomoda.
Não bastasse uma amiga que eu nem sequer imaginava que fica com mulheres me colocou em uma situação desconfortável. Um dia, quando nossos filhos brincavam juntos, ela deu a entender que não resolvo problemas do meu casamento (evidentes!). Eu nem entendia o que ela estava dizendo, imaginei que ela estava querendo me contar que tinha um caso com meu marido ou coisa do tipo. Cheguei em casa, disse eu preferia saber por ele… reproduzi a conversa que tive com minha amiga. Ele cogitou que eu tivesse recebido uma investida sexual, ele estava certo. Minha amiga é bonita, é inteligente, é gente boa, no entanto, muito ocasionalmente penso que algo poderia acontecer entre a gente. Já tentei deixar isso claro pra ela.
Totalmente confusa, arrependida por ter deixado meu desejo transparecer, imaginei que me envolver com aquela colega que eu tinha paquerado além de satisfazer minha vontade (eu explodia de vontade!) poderia ser uma solução. Avaliava: ela mora longe, é maravilhosa, eu estava totalmente apaixonada, ela tem minha idade…
Resolvi enviar um e-mail, cheio de precaução, sem saber o que eu queria propor ao certo. Eram tantos problemas: distância, dúvidas se ela tinha mesmo algum interesse… Escrevi que eu queria me aproximar, que estava confusa com meu casamento e que talvez ele estivesse acabando. Ela respondeu que não me correspondia. Fiquei arrasada. Nem quero pensar mais nisso, foi terrível.
Agora tenho pelo menos dois problemas, um deles, graças a Deus tá passando, porque estou conseguindo superar a decepção “amorosa”, que estava me adoecendo, se é que dá pra descrever assim tanto disparate meu. O outro problema é que uma cidade inteira (isso é um pleonasmo, mas é apropriado pra intensidade da pressão que sofro!) espera que eu me resolva na minha vida afetiva e amorosa, quando eu simplesmente não sei se quero mudar as coisas, porque meu marido é um ótimo pai, nós dois nos damos até bem e envolver-me com outra pessoa (mulher ou homem) implicaria um investimento emocional que já nem sei se quero fazer.
Ps: Acredita que alguns conhecidos ficam jogando minha amiga pra cima de mim? Na minha perspectiva isso é até perverso, não consigo aceitar que querem ajudá-la ou a mim!
Vejo como uma via de mão dupla: em1993, a irmã do meu namorado parecia entender eu tomar banho antes e depois ir ao quarto dele. Quando comentei com ele, ele comentou do ser “autentico”: ele havia saído de um noivado com mulher e, começado a me namorar! Ela nunca teve namoro “sério” e ai não adianta se lamentar! Mas que também a mulher percebe algo no homem relacionado a Bissexualidade como a paquera que existe em círculo de amizade! Enfim, sempre existiu como o empoderamento feminino, nas relações e a Bissexualidade é fato: não adianta querer colocar o homem numa redoma e nem a mulher bissexual que vier a namorar lésbica, o marido “relutar”. A atração sexual é inata: não podemos “mudar” a nossa, que dirá de quem amarmos!
Eu hoje sofri esse preconceito de uma mulher, ela estava interessada em mim, estava com seu primo, e em um momento depois de conversarmos bastante eu respondi a pergunta deles, disse que sim era bi, ela foi logo falando que era lésbica e que não gostava de homem (Isso porque antes já tinha pego meu whatsapp e estava me elogiando de 5 em 5 minutos) muito triste, me senti mal porque eu estava a fim dela e não do primo dela, sei lá, acho que vou ter que ficar mentindo ser hétero pra conseguir me relacionar com mulher 🙁